Ele residia em Nova Bassano, Rio Grande do Sul, onde casou-se com Regina Andolfato e ali tiveram filhos, eram agricultores, foram felizes, mas sonhavam  buscar terras mais férteis. Naquela época não se aplicavam práticas de conservação do solo, o solo em Nova Bassano – RS estava desgastado e consequentemente produzia pouco.

Então Dona Regina teve a ideia de mudar de Estado, vir para as terras férteis e cheias de matas de Santa Catarina, porém, Sr. João não queria, mas com a insistência da esposa e dos filhos ele acabou aceitando.

Sr. João gostava do jogo do nove (baralho), onde sua família passou por dificuldades econômicas devido o vício do pai.

O filho mais velho do casal, Jacinto, já casado na época foi o primeiro a mudar-se para Santa Catarina, esse instalou-se no interior do município de Quilombo, na agricultura.

No dia da mudança da família partiram de madrugada com um caminhão  de Nova Bassano, viajaram 500 quilômetros, chegaram a Coronel Freitas de noitinha, as estradas eram de terra, as casas construídas com tábuas e cobertas com tabuinhas.

Em Coronel Freitas um dos filhos do casal, Olímpio começou a trabalhar com uma sapataria (consertos de calçados), ali viviam também os outros irmãos e a mãe, o pai pouco ficava ali, pois queria ajudar nas instalações de seu filho Jacinto na agricultura.

Com o passar do tempo Sr. João ia ver a família em Coronel Freitas com intervalos de tempo cada vez maiores, seus demais filhos iam casando-se e outros nascendo, até que um dia o casal separou-se. Sr. João ficou morando com Jacinto e Dona Regina ficava morando um pouco em cada filho. Assim se passaram 19 anos. Neste período Dona Regina começou a comercializar doces para sobreviver.

Com a ajuda da família houve conciliação do casal e passaram a morar juntos novamente em uma casinha construída na propriedade de um dos filhos.

Os principais produtos cultivados eram: milho, feijão, trigo entre outros. Inicialmente, era preparada a terra, plantados e debulhados os produtos manualmente. Os produtos que excediam a subsistência da família eram transportados a cavalo ou carroça de mulas ou bois até o comércio, onde o mais próximo ficava a mais ou menos 20 quilômetros da residência (Quilombo).

Mais tarde surgiram as trilhadeiras que malhavam alguns produtos. Então a pessoa da região que possuía essa máquina passava de família em família para malhar seus produtos.

As diversões eram as caças.

As rezas coletivas eram feitas em Jardinópolis ou Irati (terço).

Muito raramente o padre vinha de São Lourenço do Oeste montado em uma mula para rezar e dar a benção. Época de muitas dificuldades, pois com frequência encontravam árvores caídas no caminho e a mula não passava, outro fator de dificuldade era quando o rio estava muito cheio não permitindo passagem, criando atoleiros entre outros.

Texto de autoria de Oneide e Rosalinda – filhas de Avelino Bevilácqua e netas do nono João